Título: A cidade do sol
Autora: Khaled Hosseini
Editora: Nova fronteira
Classificação:5/5 + Favorito
Classificação:5/5 + Favorito
Sinopse:
Mariam tem 33 anos. Sua mãe morreu quando ela tinha 15 anos e Jalil, o homem que deveria ser seu pai, a deu em casamento a Rashid, um sapateiro de 45 anos. Ela sempre soube que seu destino era servir seu marido e dar-lhe muitos filhos. Mas as pessoas não controlam seus destinos.
Laila tem 14 anos. É filha de um professor que sempre lhe diz: "Você pode ser tudo o que quiser." Ela vai à escola todos os dias, é considerada uma das melhores alunas do colégio e sempre soube que seu destino era muito maior do que casar e ter filhos. Mas as pessoas não controlam seus destinos. Confrontadas pela história, o que parecia impossível acontece: Mariam e Laila se encontram, absolutamente sós. E a partir desse momento, embora a história continue a decidir os destinos, uma outra história começa a ser contada, aquela que ensina que todos nós fazemos parte do "todo humano", somos iguais na diferença, com nossos pensamentos, sentimentos e mistérios.
Gente, que livro real, lindo e triste! É o segundo livro que leio do
Khaled Hosseini e não imaginava amar tanto assim. Ele retrata a vida de Mariam
e Laila, duas meninas diferentes, mas com grandes sonhos. Mariam mora com a
mãe, uma mulher triste que engravidou do patrão e foi "jogada" em uma
casa bem distante da residência do pai de Mariam, ela sempre dizia á menina que
não acreditasse naquele homem, pois era um mentiroso e que não se importava com
elas, mesmo visitando-as. Mariam, por sua vez não aceitava as acusações e
resolveu ir atrás de seu pai em sua bela mansão, porém não foi recebida.
Humilhada, voltou para casa e viu sua mãe morta que resolveu partir depois de tanta
tristeza. Ao longo da história, podemos ver quem era seu pai, e suas intenções
com a menina, e começamos a dar mais valor ás palavras de sua mãe. Enquanto Laila, frequentava a escola e tinha total apoio do pai em suas escolhas, a mãe sempre distante depois da partida dos filhos, mas se esforçava para levar a vida de uma maneira mais tranquila. Tinha amigos, família e Tariq que era um pouco mais que um amigo. Possuía uma vida relativamente boa.
Quis o destino unir Mariam e Laila em um momento bem infeliz. O que começou com desavenças e desconfianças se tornou uma grande amizade. Dividiam medos, tristezas e conquistas.
Uma história repleta de emoções que nos mostra muito da cultura. Em vários momentos me vi assustada, intrigada, angustiada. Segue um exemplo:
“...Texto idêntico podia
ainda ser visto em panfletos lançados pelas ruas da cidade. Mariam achou um
destes no quintal.
Nosso
watan chama-se agora Emirado Islâmico do Afeganistão. Eis as leis que começam a
vigorar e às quais todos devem obedecer:
- Todos os cidadãos devem
rezar cinco vezes ao dia. Quem for apanhado fazendo outra coisa nas horas de
oração, será espancado.
- Todos os homens deverão
deixar crescer a barba. O comprimento correto é pelo menos um punho fechado
abaixo do queixo. Quem não cumprir essa determinação, será espancado.
- Todos os meninos devem
usar turbante. Os estudantes da primeira à sexta série usarão turbantes negros,
os alunos das séries superiores usarão turbantes brancos.
- Todos deverão usar trajes
islâmicos. O colarinho das camisas deve ser abotoado.
- E proibido cantar.
- É proibido dançar.
- É proibido jogar cartas,
jogar xadrez, fazer apostas e soltar pipas.
- É proibido escrever livros,
ver filmes e pintar quadros.
- Quem possuir periquitos
será espancado, e os pássaros, mortos.
- Quem roubar terá a mão
direita cortada na altura do pulso. Quem voltar a roubar terá um pé decepado.
- Quem não é muçulmano não
pode realizar seu culto em lugar onde possa ser visto por muçulmanos. Quem
fizer isso, será espancado e detido.
- Quem for apanhado
tentando converter um muçulmano à sua fé será executado.
Atenção mulheres:
- Vocês deverão permanecer em
casa. Não é adequado uma mulher circular pelas ruas sem estar indo a um local
determinado. Quem sair de casa deverá se fazer acompanhar de um mahram, um
parente de sexo masculino. A mulher que for apanhada sozinha na rua será espancada
e mandada de volta para casa.
- Vocês não deverão
mostrar o rosto em circunstância alguma.
- Sempre que saírem à rua,
deverão usar a burqa. A mulher que não fizer isso será severamente espancada. -
Estão proibidos os cosméticos.
- Estão proibidas as
jóias.
- Vocês não deverão usar roupas
atraentes.
- Só deverão falar quando
alguém lhes dirigir a palavra.
- Não deverão olhar um
homem nos olhos.
- Não deverão rir em
público. A mulher que fizer isso será espancada.
- Não deverão pintar as unhas.
A mulher que fizer isso perderá um dedo.
- As meninas estão proibidas de
freqüentar a escola. Todas as escolas femininas serão imediatamente fechadas.
- As mulheres estão proibidas
de trabalhar.
- A mulher que for culpada de
adultério será apedrejada até a morte. Ouçam. Ouçam bem. Obedeçam.
Allah-u-akbar. " pág-s 244 e 245.
Isso é assustador, esse livro
conseguiu mexer comigo de uma forma tão abrupta que eu fiquei chocada.
Recomendo, além de romance, cultura e história, nos faz refletir sobre a vida.
Vale a leitura.
"Assim como uma
bússola precisa apontar para o norte, assim também o
dedo acusador de um homem
sempre
encontra uma mulher à sua frente." Pág- 322
Esse livro participa dos seguintes desafios:
- Desafio Blog da Clauo - Viajando pelo mundo.
- Desafio Skoob 2016 - Autor Asiático.
- Desafio DML - Um livro da biblioteca.
Nenhum comentário:
Postar um comentário