sábado, 27 de fevereiro de 2016

[Resenha] A cidade do sol - Khaled Hosseini



Título: A cidade do sol
Autora: Khaled Hosseini
Editora: Nova fronteira
Classificação:5/5     + Favorito


Sinopse:
Mariam tem 33 anos. Sua mãe morreu quando ela tinha 15 anos e Jalil, o homem que deveria ser seu pai, a deu em casamento a Rashid, um sapateiro de 45 anos. Ela sempre soube que seu destino era servir seu marido e dar-lhe muitos filhos. Mas as pessoas não controlam seus destinos. 
Laila tem 14 anos. É filha de um professor que sempre lhe diz: "Você pode ser tudo o que quiser." Ela vai à escola todos os dias, é considerada uma das melhores alunas do colégio e sempre soube que seu destino era muito maior do que casar e ter filhos. Mas as pessoas não controlam seus destinos. Confrontadas pela história, o que parecia impossível acontece: Mariam e Laila se encontram, absolutamente sós. E a partir desse momento, embora a história continue a decidir os destinos, uma outra história começa a ser contada, aquela que ensina que todos nós fazemos parte do "todo humano", somos iguais na diferença, com nossos pensamentos, sentimentos e mistérios.


Gente, que livro real, lindo e triste! É o segundo livro que leio do Khaled Hosseini e não imaginava amar tanto assim. Ele retrata a vida de Mariam e Laila, duas meninas diferentes, mas com grandes sonhos. Mariam mora com a mãe, uma mulher triste que engravidou do patrão e foi "jogada" em uma casa bem distante da residência do pai de Mariam, ela sempre dizia á menina que não acreditasse naquele homem, pois era um mentiroso e que não se importava com elas, mesmo visitando-as. Mariam, por sua vez não aceitava as acusações e resolveu ir atrás de seu pai em sua bela mansão, porém não foi recebida. Humilhada, voltou para casa e viu sua mãe morta que resolveu partir depois de tanta tristeza. Ao longo da história, podemos ver quem era seu pai, e suas intenções com a menina, e começamos a dar mais valor ás palavras de sua mãe. Enquanto Laila, frequentava a escola e tinha total apoio do pai em suas escolhas, a mãe sempre distante depois da partida dos filhos, mas se esforçava para levar a vida de uma maneira mais tranquila. Tinha amigos, família e Tariq que era um pouco mais que um amigo. Possuía uma vida relativamente boa.

Quis o destino unir Mariam e Laila em um momento bem infeliz. O que começou com desavenças e desconfianças se tornou uma grande amizade. Dividiam medos, tristezas e conquistas. 
Uma história repleta de emoções que nos mostra muito da cultura. Em vários momentos me vi assustada, intrigada, angustiada. Segue um exemplo:



“...Texto idêntico podia ainda ser visto em panfletos lançados pelas ruas da cidade. Mariam achou um destes no quintal.

    Nosso watan chama-se agora Emirado Islâmico do Afeganistão. Eis as leis que começam a vigorar e às quais todos devem obedecer: 
- Todos os cidadãos devem rezar cinco vezes ao dia. Quem for apanhado fazendo outra coisa nas horas de oração, será espancado. 
- Todos os homens deverão deixar crescer a barba. O comprimento correto é pelo menos um punho fechado abaixo do queixo. Quem não cumprir essa determinação, será espancado. 
- Todos os meninos devem usar turbante. Os estudantes da primeira à sexta série usarão turbantes negros, os alunos das séries superiores usarão turbantes brancos. 
- Todos deverão usar trajes islâmicos. O colarinho das camisas deve ser abotoado.
- E proibido cantar. 
- É proibido dançar. 
- É proibido jogar cartas, jogar xadrez, fazer apostas e soltar pipas. 
- É proibido escrever livros, ver filmes e pintar quadros. 
- Quem possuir periquitos será espancado, e os pássaros, mortos. 
- Quem roubar terá a mão direita cortada na altura do pulso. Quem voltar a roubar terá um pé decepado.      
- Quem não é muçulmano não pode realizar seu culto em lugar onde possa ser visto por muçulmanos. Quem fizer isso, será espancado e detido.
- Quem for apanhado tentando converter um muçulmano à sua fé será executado.

 Atenção mulheres: 

- Vocês deverão permanecer em casa. Não é adequado uma mulher circular pelas ruas sem estar indo a um local determinado. Quem sair de casa deverá se fazer acompanhar de um mahram, um parente de sexo masculino. A mulher que for apanhada sozinha na rua será espancada e mandada de volta para casa.

- Vocês não deverão mostrar o rosto em circunstância alguma.
- Sempre que saírem à rua, deverão usar a burqa. A mulher que não fizer isso será severamente espancada. - Estão proibidos os cosméticos.
- Estão proibidas as jóias. 
- Vocês não deverão usar roupas atraentes. 
- Só deverão falar quando alguém lhes dirigir a palavra.
- Não deverão olhar um homem nos olhos.
- Não deverão rir em público. A mulher que fizer isso será espancada. 
- Não deverão pintar as unhas. A mulher que fizer isso perderá um dedo. 
- As meninas estão proibidas de freqüentar a escola. Todas as escolas femininas serão imediatamente fechadas. 
- As mulheres estão proibidas de trabalhar. 
- A mulher que for culpada de adultério será apedrejada até a morte. Ouçam. Ouçam bem. Obedeçam. Allah-u-akbar. " pág-s 244 e 245.




Isso é assustador, esse livro conseguiu mexer comigo de uma forma tão abrupta que eu fiquei chocada. Recomendo, além de romance, cultura e história, nos faz refletir sobre a vida. Vale a leitura.


"Assim como uma bússola precisa apontar para o norte, assim também o
 dedo acusador de um homem sempre
 encontra uma mulher à sua frente." Pág- 322






Esse livro participa dos seguintes desafios:

  • Desafio Blog da Clauo - Viajando pelo mundo.
  • Desafio Skoob 2016 - Autor Asiático.
  • Desafio DML - Um livro da biblioteca.



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