quarta-feira, 7 de abril de 2010

Sobrevivendo em meio á seca



"Vidas secas" e "O quinze", são obras distintas, mas de proximidade intensa, e realista, personagens caracterizados pela fuga da seca, e a realidade em que vivem. Pessoas (famílias), que perderam parentes, gados e a "vontade de viver", mas que ainda sonham com um futuro melhor.
Ambos escritores, quiseram mostrar uma realidade que não foge dos nossos dias, o "nordeste", cenário clássico e sempre que mencionado, vem à nossas mentes lembranças ruins e tristes, vida dura e complexa, vivem um dia, sem saber se conseguirão chegar ao dia seguinte, vivem com medo.

Rachel de Queiroz relata muito bem essa fase, fazendo também um paralelo com a região urbana e seus romances com a vida do Chico bento e sua família, que perde seus filhos de maneiras distintas e comoventes; Enquanto Graciliano, relata fixamente a vida de Fabiano, que sofre da mesma maneira, vivendo de forma cruel e fazendo que sua familia amadureça juntamente com ele.
Vidas Secas me chocou de uma maneira que comove a todos, os problemas que a familia enfrenta , a morte de uma pessoa da familia (cadela Baleia), sua prisão injusta, momentos de ira e tristeza que o cerca, vontade de mudar aquela situação, ser igual a seu Tomás da Bolandeira, ser feliz, ser digno, viver sem fugir da seca.
Essas histórias são muito unidas, porque a partir do momento em que você lê um livro, e logo após o outro, automaticamente você faz junção de ambas, participando do contexto e sofrendo a cada momento ruim e sorrindo em alguma fase da história.
Contracenando em um lugar de seca (Vidas Secas), com nevoeiros, poeira, cadáveres de animais e alucinações; e no outro há a seca, mas há também a urbanização, a ajuda para os retirantes e o "cotidiano", muito bem representado.
O objetivo foi mostrar uma parcial realidade do mundo, que não está longe e que muitos sofrem, fisicamente, psicologicamente, socialmente e financeiramente abaladas, com percas que nunca saíram de suas mentes.

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